Sabemos que a melhor maneira de ajudar
alguém é dando o exemplo. Muitas vezes, queremos que os familiares e os
amigos trilhem por algum caminho, que tomem alguma atitude, porém não
nos damos conta de que as pessoas não querem conselhos ou ajuda; elas
querem a resolução para os problemas delas, ou seja, esperam que alguém
dê um jeito em suas vidas. Só que isto é algo que foge do nosso
controle.
Hoje, nós sabemos que são: filhos,
amigo, marido, mulher... Mas em outras experiências terrenas, quem elas
foram? Nós nem temos conhecimento da nossa história, da nossa vida, que
dirá da vida dos outros. Portanto, quem somos nós para achar que o
melhor é mostrar este ou aquele caminho? E mais, será que nós estamos
dando exemplo daquilo que aconselhamos ser o melhor?
Precisamos ter consciência que nossa
missão é muito mais do que ficar tentando resolver a vida dos mais
íntimos. Se considerarmos que todas as pessoas necessitam de uma palavra
amiga, de um aperto de mão, de um sorriso ou de uma ajuda, por que nos
detemos a nos preocupar apenas com quem conhecemos? Ainda mais quando
estamos numa caminhada espiritual, de progresso e de evolução.
Quando entramos neste universo das
terapias holísticas e naturais, por exemplo, temos o costume de querer
abraçar a vida dos mais próximos nos esforçando para mostrar que fazendo
um curso ou uma terapia nesta área, temos resultado, temos cura e
entendimento. Porém poucos querem assumir as responsabilidades que
entrar por este caminho nos traz. Pois autoconhecimento requer reforma
íntima, ou seja, ajustar o que está bagunçado, mudar padrões, crenças
limitantes e sair do comodismo.
É por isso que esta busca por evolução
espiritual também requer que ajudemos o nosso planeta (como um todo) a
evoluir, a crescer e a progredir. Sendo assim, é necessário estarmos
alinhados com nossos propósitos e focando neles o tempo todo. E, nesta
busca, ajudaremos muitos a mudar, melhorar e a serem mais felizes. Só
que estes nem sempre serão os mais chegados.
E mais, quando desfocamos disto, nossa
vida vai começar a se “arrastar”. Aí vem a frustração porque nós
mudamos, mas as pessoas (principalmente os familiares e amigos) não
mudam. Com isso a nossa vida financeira fica escassa, os nossos
objetivos não são cumpridos, os desafios crescem e nós perdemos a
conexão com aquilo que é essencial para nós.
Por mais duro que seja o desapego, ele é
importante para assumirmos os verdadeiros papéis que nos cabem neste
mundo. Não podemos nos esconder por de trás da nossa missão, focando em
querer auxiliar apenas a família, senão tudo parecerá mais difícil e não
fluirá.
Claro que não é por acaso que convivemos
com estas pessoas, mas não podemos tomar atitude por um filho, nem tão
pouco, nós podemos resolver um problema do marido ou da esposa. Cada um
tem seus desafios, os quais são importantes para seus aprendizados. E
quando nos intrometemos, a pessoa não aprende e nós não nos realizamos,
pois o caminho de cada ser humano é diferente para chegar à evolução da
consciência e daquilo que é melhor para nós.
Também não dá para dizer que o filho, o
marido, a esposa ou os pais são nossos carmas. Esta ideia já está
ultrapassada. Carma é uma palavra que significa ação, portanto carma
pode ser algo bom ou ruim e não um fardo. Sendo assim, podemos dizer que
os nossos carmas são todas as ações que nós realizamos e que geram
resultados positivos ou negativos.
Baseado nesta reflexão é bom se
perguntar: por que não ajudamos, por exemplo, uma pessoa estranha, se
ela não pedir? Por que respeitamos os seus limites e o dos familiares
não?
É comum nos depararmos com alguém que
não é muito íntimo, ouvir as queixas e ficar quietinho, apenas ouvindo e
só dar opinião quando a pessoa nos pede. Mas se é um filho que faz
isso, nós já temos um milhão de maneiras para interferir. Claro que
temos a obrigação de mãe e de pai de orientar, porém não podemos tomar
atitudes ou viver a vida dos filhos. Temos a nossa vida, os nossos
desafios para cumprir e esta sim é nossa principal tarefa. Se pudermos
auxiliar quem está próximo e se estes estão aptos a ouvir os conselhos,
tudo bem. Senão, se não quiserem nos ouvir, podemos aproveitar esta
situação para aprender a priorizar nossas vontades e anseios.
Começar a prestar mais atenção no tempo
que desperdiçamos com quem não quer ajuda, e fazer por quem está
disposto a recebê-la pode ser uma ótima maneira de aprendermos a
respeitar os limites dos outros, os nossos e ainda fazer um bem a quem
realmente precisa. Pense nisso!
Por Cátia Bazzan – Autora do livro Ame Quem Você é – Proprietária do Espaço do Céu: Centro de Terapia Holística.
Fonte: http://www.luzdaserra.com.br/nossa-missao-e-muito-mais-do-que-auxiliar-quem-nos-rodeia
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